Dirigir é uma habilidade fundamental para
suprir necessidades diárias e promove a autonomia, a independência e a sensação
de utilidade e bem estar. Pessoas com dificuldades em desempenhar essa função e
que ao mesmo tempo desejam fazê-la, apresentam medo e/ou ansiedade que limitam
a prática da direção.
Os
medos mais frequentes consistem nas crenças de que o indivíduo não será capaz
de: tirar o carro da garagem; controlar o veículo; dirigir em vias movimentadas;
passar por aclives e declives; estacionar; realizar trajetos desconhecidos ou
dominar as noções de espaço, entre outros.
Percebe-se
que ocorre um paradoxo entre os benefícios apresentados e os medos
desenvolvidos. Um conflito entre o medo e a vontade de dirigir. Pode-se
estabelecer uma comparação desse conflito com a utilização do freio e do
acelerador do veículo. Para um bom desempenho do carro, é necessário um
equilíbrio entre os dois pedais. No caso do medo e da prática da direção também
se torna essencial a busca pelo equilíbrio entre tudo que o indivíduo sente e
pensa diante das situações e o que precisa realizar para efetivar seu desejo.
Como
primeiro passo, assim como no carro, é necessário conhecer a si mesmo. Como eu
penso diante da situação temida, como eu me sinto e como eu ajo nessas
circunstâncias. Com isso, é possível aprender sobre o funcionamento do medo e
como ele afeta o organismo. Na metáfora com o carro, compreender qual a função
de cada pedal, sentir o quanto é preciso acionar de cada um e em quais momentos.
Ambos são inevitáveis, porém devem ser utilizados com equilíbrio e na medida
correta. Quanto mais conhecimento se obtém sobre eles, mais fácil se torna sua
utilização de forma precisa.
O
medo é uma emoção imprescindível na vida do ser humano, pelo fator da proteção,
mantém o organismo em alerta no caso de ameaças. Porém, quando se apresenta de
forma extrema e não equilibrada, acarreta em prejuízos. Compreender esses
paradoxos e adquirir habilidades para manter o equilíbrio necessário faz parte
do processo de tratamento para a superação do medo de dirigir.
Ainda
em alusão ao freio e acelerador, pode-se inferir a questão de que não se pode
simplesmente evitar um dos pedais e optar por não utilizá-los, pois o carro terá
sua finalidade prejudicada. Da mesma forma, para obtenção de sucesso na
superação do medo de dirigir, é recomendável que as emoções não sejam
suprimidas ou evitadas, mas sim compreendidas e reguladas.
Desse
modo, para finalizar, faz sentido para você manter o equilíbrio do seu carro e
das suas reações emocionais? “Acelerador e freio” trabalhando juntos para
garantir o equilíbrio do corpo!