O medo de dirigir impacta em prejuízos relevantes à vida dos
indivíduos e apresenta componentes cognitivos, processos mentais
que podem ser identificados e trabalhados, com o auxílio de um
psicólogo. A abordagem terapêutica utilizada com maior frequência
nessas situações é a Terapia cognitivo-comportamental. A abordagem
em questão auxilia na transformação dos conteúdos mentais, por
meio do manejo de pensamentos disfuncionais, almejando
comportamentos mais adaptativos. Para esse fim, as sessões tendem
a ser estruturadas e com metas objetivas a serem alcançadas pelo
indivíduo e pelo profissional.
Por meio de um processo de exposição gradativa da situação
ameaçadora, a pessoa é capaz de se habituar ao evento, o que tende
a reduzir o nível de ansiedade produzida. Nessa perspectiva,
podemos citar um componente da terapia cognitivo-comportamental
extremamente útil e que necessariamente deve ser aplicado,
compreendido e executado no tratamento para superação do medo de
dirigir: o plano de ação ou comumente conhecido como “tarefa de
casa”.
A partir do momento em que se inicia o processo terapêutico para
tratamento do medo de dirigir, as tarefas ou o plano de ação são
essenciais para um resultado mais efetivo, especialmente durante
as técnicas de exposição. É necessária, portanto, uma compreensão
acerca da consequência em relação à realização ou não das tarefas
previamente estabelecidas entre cliente e terapeuta, visto que
impacta diretamente na evolução das metas. Quando as tarefas são
cumpridas conforme o combinado, a probabilidade de melhores
resultados, a curto e a longo
prazo aumentam significativamente.
No caso do medo de dirigir, podemos abordar um pouco sobre as
principais atividades que englobam o plano de ação, visando a
consequência de resultados mais efetivos e duradouros:
• O ato de registrar os pensamentos, os sentimentos e as emoções
que surgem diante de situações ameaçadoras auxiliam no processo de
reestruturação cognitiva. Ou seja, no manejo dos pensamentos
disfuncionais ou distorcidos da realidade. Quando as tarefas de
casa são realizadas, a pessoa aprende a identificar as principais
atividades cognitivas que interferem no ato de dirigir;
• Praticar exercícios de relaxamento e de atenção plena auxiliam
na regulação emocional e por sua vez reduzem o nível de reações
fisiológicas que influenciam comportamentos desadaptativos. Quanto
maior a prática, maior a chance de controle emocional diante de
situações ansiogênicas;
• No processo de exposição, de forma gradativa, a repetição por
meio das tarefas de casa permite que o organismo comece a se
ajustar à situação que produz ansiedade. Quanto maior o tempo que
se permanece diante da situação temida, menor se tornam as crenças
acerca do perigo que essa situação representa.
Podemos inferir então, que durante o tratamento para superar o
medo de dirigir é essencial que o plano de ação desenvolvido, ou
as tarefas de casa estabelecidas, sejam realizadas com consciência
e compreensão, entendendo as consequências que representam para o
resultado das metas e para o autoconhecimento.