A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu todo dia 2 de abril como o Dia Mundial de Sensibilização do Autismo. Objetiva desmitificar questões que geram preconceito em relação às pessoas autistas. Em alusão à data, este blog será dedicado a informações e orientações sobre o medo de dirigir em comorbidade com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode interferir na forma como a pessoa percebe o mundo ao redor e interage com os outros, ocasionando desafios sociais. Para indivíduos no espectro do autismo, o medo de dirigir pode parecer uma questão complexa, muitas vezes envolvendo desafios sensoriais, dificuldades de processamento de informações e ansiedade social. Compreender esses desafios é fundamental para desenvolver estratégias eficazes na superação do medo de dirigir e permitir uma experiência de condução mais agradável e confortável.
Abordando os Desafios Sensoriais: Indivíduos no espectro do autismo podem ser sensíveis a estímulos sensoriais, como luzes intensas, ruídos e sensações táteis. Essas sensibilidades podem ser exacerbadas durante a condução, especialmente em ambientes urbanos movimentados. O barulho do tráfego, as luzes brilhantes e a necessidade de processar várias informações sensoriais ao mesmo tempo podem parecer avassaladores e contribuir para o medo de dirigir. Utilizar estratégias de regulação emocional podem ser eficazes, como manter uma playlist de músicas preferidas ou objetos de hiperfoco ou sensoriais no carro.
Desenvolvendo habilidades de Processamento de Informações: Algumas pessoas no espectro do autismo podem ter dificuldades com o processamento de informações visual e espacial, o que pode tornar a condução nas estradas desafiadora. Ler e interpretar sinais de trânsito, entender as regras da estrada e fazer julgamentos rápidos em situações de tráfego intenso podem ser áreas de dificuldade. Essas dificuldades podem aumentar a ansiedade ao dirigir e contribuir para o medo de conduzir um veículo. Para enfrentar os desafios de processamento de informações, é essencial a busca por apoio especializado e estratégias de psicoeducação. Isso pode incluir a visualização de vídeos educativos sobre as regras da estrada e a utilização de aplicativos interativos para reforçar o aprendizado, conforme a necessidade de cada indivíduo. Desenvolver um plano de ação com dicas que ressignifiquem pensamentos disfuncionais é muito válido.
Ansiedade Social e Comunicação: Um dos sintomas característicos do espectro autista é o prejuízo na comunicação social e na interação interpessoal. A condução de um veículo envolve frequentemente interações com outros motoristas, como sinalizar, mudar de faixa e realizar algumas manobras. A ansiedade social associada a essas interações pode aumentar o medo de dirigir e criar uma barreira adicional para que a pessoa evite dirigir. Compreender essas barreiras e adquirir habilidades e estratégias eficazes para lidar com elas é essencial no processo de superação do medo de dirigir. Permitir que os indivíduos no espectro do autismo progridam em seu próprio ritmo e enfrentem desafios de condução gradualmente pode ajudar a construir confiança e reduzir o medo de dirigir.
É importante compreender que o TEA é um espectro, o que significa que
muda conforme o repertório de cada pessoa. E que o autismo não necessita de
cura, mas sim de compreensão das diversas formas de aprendizado e
assimilação das situações. Com o apoio adequado e uma abordagem empática,
é possível que os indivíduos no espectro do autismo desfrutem da liberdade e
independência que a condução pode oferecer.